Tom Maior canta São Bernardo do Campo, a terra do “cara”

Segunda escola a desfilar na primeira noite do carnaval no Anhembi, a Tom Maior vai cantar São Bernardo do Campo, cidade que viu surgir nos comícios dos metalúrgicos no Paço Municipal Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Lula. O enredo mistura a história do santo São Bernardo com a origem da cidade, fundada em 1950 pelo português João Ramalho, com o nome de São Bernardo da Borda do Campo. Ramalho casou-se com a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá.

Inicialmente, os imigrantes plantavam batatas. Nos anos 50, São Bernardo entrou para a história do cinema com os estudos da Vera Cruz, a companhia cinematográfica disposta a fazer uma produção de padrão internacional e que revelou nomes como Mazzaropi. O carnavalesco Chico Spinosa conseguiu pôsteres originais dos filmes da época para as alegorias.

No fim dos anos 50, a chegada das montadoras imprimiu o tom do progresso que tornou o ABC paulista conhecido em todo o país – e revelou Lula. O ex-presidente, porém, não aceitou convite para desfilar com a escola.





O desfile foi dividido em pólos: cultural, represa Billings, moveleiro e automobilístico.

Cidade industrial, São Bernardo leva ao sambódromo, na voz e no samba dos integrantes da Tom Maior, um grito a quem descuida do meio ambiente. O carro que fala da destruição da Mata Atlântica por causa da estrada de ferro terá efeito. Quando a locomotiva passa, ela derruba a mata.

Esculturas dos peixes bagre e cascudo, vidas presentes na Represa Billings, que abastece parte da cidade de São Paulo, vão contrastar com pneus jogados na represa.

– Vamos dar um recado para conscientizar as pessoas, já que muitas famílias dependem das águas da represa Billings – diz Chico Spinosa.

E, como não poderia deixar de ser, o conhecido circuito de restaurantes da cidade também será homenageado. O frango com poleta, especialidade das casas, surge no alto de uma das alegorias da escola.

Fonte: O Globo





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