Ontem foi dia de Hip Hop em São Bernardo do Campo. Além das comemorações dos 459 anos do município, celebrados no Paço com apresentações de rap e outras intervenções, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC também contou com manifestações da cultura de rua que permearam a tarde.
Organizado pela Juventude Metalúrgica, o evento intitulado 1º Encontro de Hip Hop da Juventude do ABC veio com a proposta de inaugurar que será no mínimo anual para promover um espaço de fomentação dos elementos culturais do movimento.
De acordo com um dos membros da Juventude Metalúrgica, Maicon Michel, “todos os grupos de rap que participaram tem ao menos um integrante da categoria, o que mostra a intenção de divulgar o trabalho artístico de quem ganha a vida em fábricas”.
Para Nino Brown, atual presidente da Zulu Nation Brasil e fundador da Casa do Hip Hop em Diadema, a fusão do movimento metalúrgico com o hip hop faz todo o sentido. “Ambas as correntes tem como berço nacional a Região, portanto, nada mais lógico que reuni-las para fazer um resgate histórico neste evento”, declarou.
O próprio Nino foi metalúrgico e lembra da edificação do movimento hip hop como algo que nasceu em São Bernardo, cidade de Diadema e nas regiões de São Bento e 24 de Maio, em São Paulo, com muitos participantes que exerciam funções na metalurgia.
Arte do chão de fábrica
A dupla que representa o grupo de rap Alma Sobrevivente é composta por metalúrgicos que se conheceram nas divisas de São Caetano com o Heliópolis. Ambos vieram ao evento para apresentar músicas próprias que vem desenvolvendo desde 2006.
Conforme Gile, um dos compositores da dupla, o rap dá a possibilidade de falar de tudo, seja de crítica social, política, curtição, também de aspectos religiosos e juventude. “A identificação dos jovens com o rap é praticamente o que o faz funcionar como instrumento de educação”, disse o rapper que afirmou ser difícil desassociar cultura hip hop das gerações mais novas.
Fonte: ABCD Maior