Faltam maternidades em São Bernardo

Com um déficit de pelo menos cinco partos por dia, a cidade São Bernardo sofre com a falta de leitos em maternidades tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde. Pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a maternidade do HMU (Hospital Municipal Universitário) é a única disponível no município, e está trabalhando muito acima da capacidade, o que prejudica o atendimento das gestantes.

Por mês, cerca de 400 partos são realizados no HMU, quando o volume não deveria ultrapassar os 250 nascimentos. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Arthur Chioro, a situação é transitória e será equacionada com a inauguração do Hospital de Clínicas, prevista para o segundo semestre de 2012.

Até lá, o secretário assinou um acordo com o governo do Estado, que se propôs a reservar 140 partos por mês no Hospital Estadual Serraria, em Diadema, e mais 90 partos no Hospital Regional Sul, na Capital. No entanto, na prática, apenas 73 partos de gestantes de São Bernardo foram aceitos no Serraria em abril, e quatro no Regional Sul, que fica em Santo Amaro.

“O Estado está descumprindo o acordo que firmou com a gente. Houve um convênio que foi assinado, e que não serviu para quase nada. Isso só sobrecarrega ainda mais a nossa situação no HMU, que está atendendo em condições péssimas. Ano passado o Mário Covas fechou as portas para as gestantes, e estamos ficando desamparados”, afirmou o secretário.





Sem alternativa, a diarista Eva de Fátima da Silva, 40 anos, moradora de São Bernardo, deu à luz no Hospital Serraria em dezembro do ano passado, e disse que só soube da transferência de local da cirurgia no dia em que entrou em trabalho de parto. “Até aquele dia o que eu sabia é que o meu bebê iria nascer no HMU. Era o que queria, que ele nascesse na minha cidade. No Serraria tinha muita gente e me senti um pouco esquecida pelos médicos e enfermeiros.”

Rede privada – As mães e futuras mães que possuem atendimento na rede privada de saúde de São Bernardo passam pelo mesmo problema. Depois que os hospitais Neomater, Baeta Neves, São Bernardo e Príncipe Humberto fecharam, a alta demanda dos partos não foi absorvida pelos hospitais privados que restaram.

“Até para os médicos essa é uma situação muito desvantajosa. Muitas vezes temos de ir acompanhar o parto e visita em hospitais longe na Capital, e acaba não valendo a pena do ponto de vista financeiro. É muito ruim as mães não poderem ter seus filhos na sua cidade, e São Bernardo é uma cidade grande, não poderia ficar sem essa assistência”, explica o representante de São Bernardo na Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, Carlos Bragatto.

Estadual – O Hospital Serraria, em Diadema, é única unidade estadual que atende toda a Região, com 34 leitos. O outro hospital estadual, o Mário Covas, em Santo André, não realiza partos. Somando todas as maternidades do ABCD, há 196 leitos públicos (municipais) disponíveis.

Fonte: ABCD Maior





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